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Notas de edição
Reportagem fotográfica
de Arménio Teixeira da Confeitaria e Restaurante Cunha no Porto. Projecto dos
arquitectos Victor Palla e Bento d'Almeida (1970-1973). Em Outubro de 2017, foi
anunciado que a continuidade da confeitaria Cunha estaria em risco, tendo em
conta a recepção de uma ordem de despejo. O edifício “Emporium”,
projectado nos anos quarenta pelo arquitecto José Porto (segundo a Fundação Instituto Marques da Silva), foi recentemente
adquirido por um novo proprietário.
Desde 2012, que
Porto e Lisboa vivem em processo acentuado de transformação urbana. A afirmação
dos seus centros históricos como peças estratégicas na afirmação do turismo como
novo eixo económico nacional, a liberalização das rendas e do mercado
imobiliário, os processos de reabilitação urbana e a incapacidade de resposta
do Estado e das câmaras na mediação e na regulação desses processos de
especulação imobiliária, são vectores essenciais para compreender um processo
que tem alterado violentamente e em pouco tempo a composição social da cidade
do Porto. Em Julho de 2016, a Câmara do Porto criou um programa “Porto de
tradição”, que procura assegurar condições de permanência a lojas e comércio
com mais de cinquenta anos. Critérios que, à partida, excluem a Cunha de
qualquer quadro de protecção. Talvez, mais do que programas isolados ou a avulso,
falte mesmo uma estratégia global, nacional, para o património construído,
independentemente da sua cronologia. E, deste ponto de vista, um alvo fácil tem
sido a arquitectura moderna no Porto, que parece carecer de um quadro legal de
protecção rigoroso.
O trabalho desta
dupla de arquitectos esteve recentemente em exposição no CCB, Garagem Sul, “Victor Palla e Bento d`Almeida: Arquitetura de outro
tempo.” Sobre a exposição ler o artigo de Isabel Salema
publicado no Público.
Imagens
As fotografias
são todas da autoria de Arménio Teixeira
Arménio Teixeira
Arménio Teixeira nasceu em Matosinhos em 1969. Em 1990
frequentou o Curso de Fotografia no INEF, Porto. Desde 1991 até 2010 foi colaborador
do fotógrafo Luis Ferreira Alves, tendo em simultâneo executado trabalhos de
fotografia de arquitectura por conta própria. Desde 2011 exerce a profissão unicamente
a título independente. A pós-produção das fotografias é feita pelo próprio. O
seu trabalho é publicado em diversas revistas e livros nacionais como
estrangeiras.
Ficha Técnica
Data
de publicação: 30.10.2017
Ligações