PUNKTO #03 | «Nostalgia» | Índice







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Punkto #03
Nostalgia
Maio 2013
4,00€
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Pontos de venda
Barcelona
Libreria La Central (Raval/Calle Mallorca)
Porto
Livraria AEFAUP –  3€ (Preço especial)
Almanaque (Às Belas-Artes)
Gato Vadio (Rua do Rosário)
Matéria Prima (Rua da Picaria)
Livraria Utopia (À Praça da República)
Lisboa
A+A (Livraria Ordem dos Arquitectos)
Babel (Cinemateca)
Colibri Livraria (FSCH-UN)
Ler Devagar (Lx Factory)
Letra Livre (Calçada do Combro + ZDB)
Matéria Prima (Bairro Alto)
Nouvelle Libraire Française (Instituto Franco-Português)
Pó dos Livros (Av. Marquês de Tomar)
Sá da Costa (Chiado)
STET (Rua do Norte)
Técnica Livraria (Av. Conde de Valbom)
Trem Azul (Rua do Alecrim)
XYZ Bookshop (Ao Carmo)
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Índice
A última hora da tarde:
Diz-me, onde estás Atenas?
Pedro Levi Bismarck
Sculpture (Performance)
André Romão
Destruição, tradição, ruína e fragmento
José Miguel Rodrigues
O Círculo Meridiano de Espelho:
Pré-texto e pretexto para uma performance
Laetitia Morais e Paulo T. Silva
O arquivo amnéstico
Susana Lourenço Marques
Herdenstrasse 72
Diogo Seixas Lopes
Nostalghia:
Notas sobre a mise en scène tarkovskiana
Maria João Baltazar
Caixa de Leitura:
Da Utilidade e dos Inconvenientes da Nostalgia para a Vida

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Advertência
Já há muito tempo que os nossos mais fiéis depositários aguardavam, pacientemente, notícias da publicação deste número três da revista Punkto, de tal forma que houve quem tivesse arriscado falar de uma certa “nostalgia da nostalgia”. Como por estas bandas já nada parece ser por acaso, talvez seja que só essa “nostalgia da nostalgia” nos possa fazer chegar à formulação ou à experiência mais pura deste astro, de cujo signo parecemos ser eternos prisioneiros. E sem o sabermos, nesta experiência da nostalgia pela nostalgia que não vem, que nunca virá, deu-se por concluído um certo primeiro capítulo, um primeiro tempo. Como se o vazio e o silêncio fossem já o primeiro ensaio. Talvez, em boa verdade, o verdadeiro destino deste número só se cumprisse realmente na sua não-publicação, na sua não vinda, número apenas a desenterrar num outro futuro possível, por outros homens, por outra história. Mas os credores e os patrocinadores não o permitiriam e para evitar a bancarrota e salvar as hostes, abraçamos a tarefa minuciosa e sem fim de edição deste número. Pode até o leitor ser surpreendido com o facto (singular mas não impossível) de por cada vez que abrir as páginas, estas estarem já ligeiramente diferentes: uma imagem deslocada dois milímetros para a direita, um texto com um título ligeiramente alterado, um erro já corrigido; ou, mesmo, que toda a paginação tenha sido alterada (são misteriosas as mãos destes editores). O índice de páginas é apenas uma ilusão, nada irá garantir ao leitor que estes textos ainda estejam, apareçam, por essa ordem ou que estejam mesmo lá, talvez seja que os autores sejam já autores de outros textos, dos textos que estavam antes ou depois. Não é raro um autor apaixonar-se por um outro artigo ao ponto de o querer cobiçar como seu. Também os textos se enamoram uns dos outros e, por vezes, podemos ser surpreendidos por palavras de um artigo in flagrante delicto com palavras de outro artigo ou, mesmo, despudoradamente entregues à ficha técnica. É esta a noite secreta que dorme na terra da Nostalgia, a astrologia incomparável dos desejos irreprimíveis, as luzes de um astro que no silêncio da memória, no vazio das palavras ou na melancolia das coisas, traz o aroma de qualquer coisa de possível, de qualquer coisa ainda não vista, de qualquer coisa que é preciso ainda tocar para que o sonho do sono não seja o sono do sonho. A história, a memória, os sonhos, eles estão aí, não para conduzir o nosso olhar triste para o que foi e já não pode voltar, mas para o que pode ainda ser, para aquilo que podemos ainda ser.